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fãnático

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do amor à obsessão.

O que é ser fã?

O adjetivo “fanático” tem exatamente três definições no dicionário, de acordo com o Google: uma delas o explica como uma pessoa iluminada, inspirada pelo divino; outra sendo alguém com zelo excessivo pela religião e a terceira como “aquele que se mostra excessivamente entusiástico, exaltado, de uma devoção quase sempre cega; apreciador apaixonado”.

 

O substantivo “fã” por outro lado tem apenas uma: “indivíduo que tem e/ou manifesta grande admiração por pessoa pública (artista, político, desportista etc.)”. Quando postos lado a lado, as palavras “fã” e “fanático” parecem não fazer distinção entre si, mas a mudança da palavra “admiração” para “excessivamente entusiástico” mostra que existe um lado ruim nesse amor desmedido.

 

Seja na Grécia Antiga com os deuses do Olimpo, ou na década de cinquenta com os Beatles e nos dias atuais com One Direction, se há alguém para idolatrar, consequentemente terá uma pessoa do outro lado disposta a isso. O problema nasce quando o fã se torna fanático e deixa de viver para amar o seu ídolo.

 

Algumas vezes, ele passa toda a sua vida imaginando como é tocar, abraçar e conversar cara a cara com seu ídolo, outras o amor some e se torna apenas “admiração” como foi dito acima e em casos mais extremos, jovens largam os estudos, fogem e até mesmo suicidam por esse amor. Com tudo isso em mente, a pergunta fica: Até onde o idolatrar é saudável? Mostrando os dois lados desse universo, o projeto Fanático trata de responder essa pergunta, contando o lado bom e ruim de ser fã e suas consequências, seja para si mesmo, para as pessoas a volta do indivíduo ou para o ídolo.

Mesmo listando todos os significados da palavra “fã”, o verdadeiro amor que alguém sente por um ídolo está além das palavras. Se manter firme mesmo escutando todas as críticas e o “ele(a) nem sabe que você existe” não é apenas força de vontade. Há diversas explicações psicológicas, mas para  o fã não é nada mais do que ser você mesmo, para o outro, é uma loucura desmedida.

 

O Lado Bom

A mente de um jovem em desenvolvimento é um campo de batalha. Não é mais uma criança, muito menos um adulto. Tenta se chamar de adolescente, mas não consegue, pois as "autoridades", seus pais, sempre o lembram que não é. O ambiente do colégio se torna hostil, o qual não consegue se conectar com mais ninguém e a ideia de pais-heróis some. Em pouco tempo, ele sai do mundo encantado e se depara com a realidade, sem alguém para o guiar ou entender.

 

É quando nesse universo repleto de medos e hormônios, ele encontra apoio em um ídolo. Seja uma figura musical, um personagem de um livro, youtuber, astro de cinema. Não importa. Aquele ser humano cheio de imperfeições, se torna um deus sobre o olhar cor de rosa, como diria Edith Piaf, desse fã. Para alguns, a visão de um amor pelo próximo maior do que a si mesmo parece errada, para o fã, mostrar o quanto o ama é essencial, pois esse ídolo mudou a vida dele.

 

Esse ídolo o ensinou a viver de uma forma completamente diferente. Mostrou à ele que tudo pode dar certo. Em um momento de fases, o lado humano e físico desse jovem crescem com lições que nem os pais desse indivíduo poderiam sonhar em dar. Mas como tudo que é adquirido em exagero, tem as suas consequências.

O Lado Ruim

Levar esse amor para a sua vida é mudar a rotina. Muitos começam apenas gostando do trabalho do ídolo, uma admiração com limites, mas outros fazem de tudo para que esses ídolos estejam diariamente em suas vidas. Seja com paredes repletas de imagens ou com blogs e sites. O grande problema surge quando começa a atingir a vida pessoal e deixam de lado as suas responsabilidades como estudo e trabalho para perseguir esse ídolo. "O fã fanático é aquele que deixa de viver a sua vida para ser um fã," comenta a psicóloga Marisa Hebert. "Você deixa tudo de lado para ter um autógrafo. Uma foto."

Como foi o caso do grupo de adolescentes no norte do Piauí, que decidiram fazer uma viagem inspirados na série literária Instrumentos Mortais da autora Cassandra Clare. Com o porte de várias facas, os quatro adolescentes estavam convictos que eram caçadores de demônios como os personagens dos livros e tinham planos de ir para a Bahia, mas antes de algo pior acontecer, eles foram apreendidos pelos policias. Assim como as diversas garotas que decidiram se matar por que o integrante Zayn da banda One Direction decidiu seguir a sua vida, longe da carreira musical.  

"O que é isso dos Brasileiros se tornando caçadores de sombras?" Comentou a autora Cassandra Clare em seu Twitter

É nesse momento que surge a intervenção de um psicólogo, que aos poucos, desconstrói a ideia de que esse ser humano é perfeito, que o fã não conseguiria viver sem a presença, mesmo que apenas imagética, dele. O problema é quando os pais percebem tarde demais quando já ocorreu um suicídio ou até homicídio, como aconteceu com John Lennon, integrante dos Beatles, que foi assassinado por  Mark David Chapman, um fã dos Beatles e de Jhon.

O Outro Lado

 “Mas por que ele?” Algumas pessoas perguntam para os fãs. Para alguns famosos, a pergunta é outra: “Por que eu?” Seja a partir de postagens regulares no Twitter, ou uma ideia de blog, que não era sobre a pessoa, mas sobre livros ou séries. Pode até ser apenas por que apareceu na televisão uma vez. Talvez nem isso. Apenas por que ele ou ela é atraente. Para um fã, o motivo de idolatria é imenso, para o famoso, nem tanto.

 

“Alguns famosos até possuem um acompanhamento psicológico, devido essa mudança. Um dia ele é como qualquer outro, no outro tem pessoas querendo tirar fotos com você, são suas fãs,” disse Marisa. O Big Brother Brasil, por exemplo, é uma fábrica de famosos. Seja de alguns em ascensão, como foi o caso de Grazi Massafera, ou dos são esquecidos com o tempo. Mas todos tiveram com seus cinco minutos de fama.

 

Agora é a era dos youtubers e blogueiros. Kéfera. Cellbit. Um vídeo que pode repercutir por toda a internet, se tornar um viral. Em um piscar de olhos o indivíduo já é um ícone da internet, um meme, uma pessoa com fãs que há cinco minutos atrás, ninguém sabia de sua existência. As consequências são diversas, de valorizar um bom trabalho até a assédios ou a morte como foi para John Lennon. Alguns estão longe de tentarem entrar nesse mundo de idolatria, como é o caso do youtuber Zangado, que em todos os seus vídeo usa a máscara do Guy Fawkes para esconder a sua identidade.

“Ele escolheu ser famoso, agora ele tem aturar isso tudo.” Dizer é fácil. O grande problema é quando a linha que separa o privado e o público se desmancha, quando o fã decide não ter apenas aquela figura na sua vida, mas decide estar presente na vida do famoso. Um exemplo é o livro e filme 'Misery', escrito por Stephen King, onde uma “fãnática”, no sentindo literal da palavra, decide sequestrar o seu escritor favorito para escrever um novo livro para ela.  

 

Casos é que não falta, como os dos adolescenes que invadiram e assaltaram a casa de famosas como Paris Hilton, por que queriam viver um pouco da fama e dinheiro delas. Acontecimento retratado no filme e livro 'Bling Ring'. Mas essa interação entre famoso e fã precisa ser respeitada dos dois lados. O famoso muitas vezes é o que é devido uma mensagem de força da pessoa do outro lado. Ser grato por isso e saber lidar com todas as consequências é essencial.

"Sempre tem alguém que posta algo na maldade e só pra te colocar pra baixo, mas procuro não ligar pra esse tipo de comentário," comentou a blogueira Bruna Aragão sobre ter fãs.

"Antigamente eu era sozinha. A banda me ensinou a amar," disse a fã de Tokio Hotel, Mary Martins.

A psicóloga Marisa Hebert explica sobre o tratamento de uma pessoa fanática
O blogueiro Fabrício Longo fala sobre a sua coleção de bonecas Barbies e outras coleções e amores

Ser fã está ligado à memórias e ligações emotivas. Alguém que consegue se conectar com você apenas através de uma música. Um brinquedo que mantém a sua infância ainda viva. Uma personagem que não apenas te representa, mas te instrui a lutar pelos seus sonhos. Fabrício Longo, blogueiro do site Os Entendidos é um exemplo de fã nos três aspectos. “Quando eu me senti fã pela primeira vez? O grande momento que percebi isso foi quando as pessoas começaram a falar: ‘Nossa, não acredito que você fez isso’ ou ‘Nossa, você comprou tudo isso? Gastou tudo isso?’”

 

Com uma tatuagem do autógrafo de Geri Halliwell, uma das Spice Girls, no peito e com o projeto de ter muitas outras, para Fabrpicio, ser fã está muito além de idolatrar algo, mas construir a sua personalidade através do que admira. “Colecione o que você ama e você vai amar sua coleção.”

Fonte: Facebook Potterhead
Fonte: Facebook 1DBR
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